quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Eu lembro bastante daquele dia.

 Era janeiro, março, dezembro. Nem lembro direito. Mas, lembro que eram 4:30 da manhã, e eu acordei cedo como todo santo dia, para minha caminhada da felicidade. Pus meu tênis surrado, uma camiseta de propaganda e meu short azul. Meu esforço pra emagrecer, parecia sempre meio inúltil, ja que na volta eu fazia a festa com abacatada e pães. Saí de casa com aquele ar de sono de sempre, meus cabelos desimportantemente descabelados balançavam ao vento. Apesar do "frio" da madrugada, o vento estava... Muito forte. Ou algo assim. Talvez o próprio dia estivesse dando seu ar de diferença, me mostrando que eu me lembraria daquilo. E talvez escreveria sobre aquilo. Ou não.
Eu me lembro de dar passos largos pra terminar logo a caminhada. Não que caminhar de manhã fosse um dever pra mim, algo que eu fazia sem gostar. Mas meu sono sempre me deixa mal humorado ou... Enfim. Não me deixa normal. Então eu fui rápido até a praça de sempre, de tantas e tantas vezes. Me lembro de ver um rato passar correndo no meio da rua e me assustar, mas isso é irrelevante.
Voltas e mais voltas, eu realmente estava ficando cansado daquilo. Aquela praça redonda me deixava exausto de olhar, mas eu insistia. Pensei várias vezes em voltar logo pra casa, deitar mais um pouco e depois acordar pra ir a escola. Mas continuei minha caminhada. Lá pela volta 28, ou algo assim, eu tropecei e caí com as mãos, cotovelos e joelhos no chão. Eu tinha corrido algumas vezes, o que me fez estar ofegante e bem cansado. Eu fiquei ali, no chão deitado, rindo de meu desastre. Fechei meus olhos pro sol que começava a nascer, nascer mesmo, com força e brilho. Ele não vinha aos poucos, ele chegava e faltava nos cegar e matar de ardor. Fiquei ali.
Aos poucos minha audição ia voltando e voltando. Eu nem tinha reparado que estava sem ouvir, geralmente só reparava quando sentia dor. Aos poucos, fui ouvindo um breve gemido de sofrimento, um choro que se tornava cada vez mais alto. Me levantei de sobressalto, feito um ninja. Fiquei sentado, procurando ao redor e logo vi cabelos loiros, olhos azuis. Uma moça muito, mas MUITO bonita estava se desabando em choro. Dava pra sentir o sofrimento emanar dela, e eu não estou tentando fazer fala poética ou algo assim. Ao olhar pra ela, senti sentimentos estranhos. Eu fui até ali, ainda não sabia o que eu estava fazendo, mas fui. Sentei ali, ela nem se mecheu. Eu tinha um lenço no bolso que eu geralmente o usava pra conter minhas glândulas sudoríparas, mas eu não o havia usado. Então o estendi. Ela apenas segurou sem olhar pra mim, pediu desculpas por atrapalhar minha caminhada. 
Eu não iria perguntar o que havia, afinal quem era eu? Quem era ela? Éramos dois estranhos, eu suado e ofegante e ela uma... Loira, chorando.
- Meu nome é Laura. - Ela riu, um sorriso que parecia ser característico. O sorriso iluminou levemente seu rosto como se ela não estivesse sentada em um banco de praça, chorando alto como estava.
- Jacob. - Estendi a mão e apertei seus dedos. Seu sorriso me fez rir também, de uma forma que eu não sei explicar. Foi inevitável não retribuir. Ela parecia mais á vontade.
- É meu filho. - Ela continuava a olhar o chão. - Sabe, ele morreu. - Ela não parecia uma mãe de família ou algo assim. Parecia uma jovem, 22, 23 anos? Mas se olhasse a fundo nos olhos dela como depois fiz, você veria uma mulher, uma senhora cansada, desgastada pela vida. Laura era linda.
- Hm, meus... meus pêsames, eu acho. - Improvisei. Ela riu da minha falta de jeito. - Tudo bem, ow.
Observei ela mesmo olhando o chão, fechar seu rosto. Vi novas lágrimas brotarem ali, como se a lembrança e meus pêsames aumentassem o peso de algo. - Foi um acidente de carro, não foi culpa de ninguém... Faz muito tempo. Minha mãe... Levou todas as coisas que ele havia deixado hoje. Ela não quer que eu fique me lamentando, ela acha que lembrar me faz mal... Mas ele só me faz falta. - Observei Laura se abraçar como se juntasse seus cacos, para se manter viva. Ela voltou a soluçar com uma rapidez incrível, sem nenhum traço de vida ou sorriso no rosto. Me senti completamente desconfortável em questão de segundos, sem saber o que fazer. 
- Ele.. Eu sinto falta dele. - Ela ainda soluçava. - Minha mãe não deixou nada, mas quem ela pensa que é pra fazer isso comigo? Ele era meu, MEU filho, ela nem visitava ele. Nem gostava dele. Quando o Gustavo bateu o carro, ela procurou primeiro saber do filho querido dela, antes de perguntar por mim e meu filho. Eu só... - Ela tapou a própria boca, afundando em um choro tão desesperado, que quando me vi, eu também estava chorando.
Poucas vezes senti coisas tão rápidas e forte, mas eu não precisava ter um laço com aquela mulher para ajudá-la. A tristeza dela era tamanha, que passou pra mim, ao menos alguma parte e eu confesso que jamais entendi aquele sentimento. Eu simplesmente estava chorando, talvez quase desesperadamente como ela. Não, nem tanto. Mas desesperadamente. Eu me senti na obrigação de ajudar, seria um pecado se eu não o fizesse. Um abraço? Não, sou apenas um estranho. Uma palavra amiga? Primeiro, não era amigo, segundo, jamais me considerei bom com as palavras. Então o que? Foi aí que pensei: "Eu preciso. Eu tenho que ajudá-la. Mas quem sou eu, de que eu serviria?"
Perdido em meus pensamentos, mal notei que Laura tinha parado de chorar, pois meu choro agora estava valendo por mim e por ela de tão alto. Certo, uma pitada de sentimentalismo demais na minha personalidade, mas duvido que qualquer um não teria se emocionado com aquilo. A olhei nos olhos pela primeira vez, e ela me encarava pasma. De um segundo ao outro, Laura se atirou na minha direção e apertou com força minhas bochechas. Ela olhava dentro dos meus olhos, de uma forma... Se antes, eu havia me sentido desconfortável com seu choro e sofrimento, nada foi comparado a forma como ela me olhou nos olhos. Não tinha só esperança. Havia amor, muito amor naqueles olhos. E aquilo me desconfortou, de uma forma como nunca havia acontecido antes. Se esse desconforto poderia aumentar? Sim. Ela abriu um sorriso estonteante, um enorme sorriso, um sorriso radiante, feliz. Se jogou em meus braços e eu a abracei, sem entender nada.
- Ele está em minhas lembranças, isso é o importante, não é? - Ela falava alto, estérica, enquanto me apertava. - E sim, não são as coisas materiais que o tirarão da minha memória. Seus olhos... - Ela voltou a segurar minhas bochechas e me olhar daquela forma, eu sentia seus dedos tremerem. - ...São exatamente iguais aos dele. Não iguais, digo. Muito parecidos. E quando olhei neles, eu vi o rosto do meu filho, sorrindo pra mim. Apesar de te ter feito chorar também. - Alguma culpa no sorriso dela, mais eu retribui. 
- Hm. - Tentei falar, mas não consegui. Aquilo tinha se tornado feliz e engraçado. Eu me sentia curado, como se em alguns minutos eu simplesmente tomei todas as dores e felicidades de Laura.
- Você é um anjo. - Ela se levantou, me dando um demorado beijo na testa. Saiu correndo, em sua corrida suave e feliz. Eram tipo uns saltinhos delicados, um andar de bailarina. Ela entrou em uma das grandes casas que rodeavam a praça. Permaneci ali sentado e tonto, sorrindo sozinho.
Não havia mais o que pensar daquela manhã. O celular vibrou, avisando que 6 hrs acabara de chegar. Eu me levantei e comecei a andar, meus pés nem me obedeciam direito. A dor da caminhada voltara, e todo meu corpo reclamava, gritava. Mas havia uma felicidade em mim que eu não sabia explicar. Me senti alguém, últil. Olhei pra trás antes de dobrar rumo a minha casa e a vi frenética na janela, acenando com as duas mãos. Ela estava feliz de novo. E eu também, não de novo, mas feliz. 


Nunca mais a vi de novo. Mas desse dia eu jamais vou esquecer. Se algum dia nos vermos por aí, ou por algum vento misterioso e frio da madrugada, você venha a ler esse blog, lhe desejo toda a felicidade do mundo, Laura.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Tu e tu, que conjuga listrado.
Veste aquele moletom errado.
Não seja tão repetitiva.
E venha sorrir.

Só penso nela, quem é ela? O nome dela...


Morango. Banana. Uva. Pera. As favoritas. Você gosta de frutas. Óculos vermelho, você ri. Me encanto com aquilo, que tipo de formação perfeita são aqueles dentes dela. Sim, confesso que muitas me encantam, mas que voz é aquela? Suave, por baixo da leveza do timbre de Carla Bruni... O biquinho que fazes enquanto canta. Aconchegante. O jeitinho meigo... O jeitinho meigo como você morde a unha do indicador, ou simplesmente dobra os dedos e os posta debaixo do lábio inferior, com um pequeno risinho de canto. A forma como você encara a web, como se me visse, como se visse por dentro do meu coração de pedra... Como você pega seu cabelo e continua a me olhar, gira os dedos, gira, gira....Você é tão pequena. A sinto tão minha. Confesso que muitas me encantam, mas é com você que me imagino feliz. Me vejo feliz. É com você que me vejo, é você que me completa. É você que é tão minha, que chega a doer enquanto os dias passam lentamente, sem a promessa de te... ver.

sábado, 5 de dezembro de 2009

The only exception.



Pro meu choro, teu abraço.
Ás vezes ás noites são tão incrivelmente longas, que é difícil de ter. Ás vezes, quando eu estou com os olhos ardendo, as mãos tremendo, e minhas bochechas rosadas, eu lembro de você. E então me alimento do que vejo, de tua essência. Me alimento do que você me oferece cheia de sorrisos, do que você ama doar e doa por amar. E eu te amo, simplesmente pelo fato de me doar também, ou apenas ser completamente teu, sem necessidade de explicação racional. Teu rosa completa meu vermelho, ou azul, ou verde, não importa minha cor.


Pra minha dor, teu sorriso.
E você se interessa por meu caderno de besteiras, pelo que deixei ali marcado, escrito. Mas você ainda quer mais. Você quer o que tem dentro da minha cabeça, você quer dividir sua música favorita comigo. Mal sabe que pra ter tudo o quer, basta sorrir. Mal sabe que não precisa nem pedir, pois só dividirei meus sucrilhos contigo. Foda-se quem sabe ou não tocar violão. Olhe pra suas mãos, e me diga de onde mais eu tiraria meu afugento de minha alma. Nem o melhor folk do universo, a melhor música do mundo, faz o que você consegue com um simples carinho na palma.

Pra minha alma, teu silêncio.
E de te observar quietinha riscando, desenhando, tecendo, sorrindo, colorindo. Indo, enquanto você deixa seu mundinho sair, sair pela ponta do lápis, do pincel, e até do corretivo. Observo a tua essência ser tirada pelo papel que risca o lápis, por teus pensamentos que tomam um rumo na folha. Eu observo feliz. Feliz por respirar fundo teu perfume e pensar seguramente que és minha. Não um corpo, mais que és minha porque queres, e amas ser. E amo ser teu, amo com todo meu ter.

Pra você, eu.
Preciso me esforçar bastante pra ser algo, perto. A tristeza jamais foi boa, mas saiba que é você que me arranca o sorriso mais alto. Se eu preciso realmente escolher bens e males, eu prefiro você. Pacote completo, não acha? Ou não. Eu me permitiria deixar ser, mas apenas, só e somente só se você segurar minha mão forte como sempre e ficar rosinha nas bochechas. Você levanta meu queixo mostrando os dentes, eu me encho de felicidade. Você promete me amar pra sempre? Porque eu não tenho mais o que prometer, será você e eu, enquanto... Enquanto houver filmes de terror caseiros, sucrilhos, cavalos azuis e submundos pra dividirmos. E depois disso também, não é? Você que disse. Me fará sempre bem assim, sei disso.



Somos eu e você contra o mundo, lembra?

Pra ela.


E agora? Hm, eu queria realmente corresponder a todas essas expectativas. Fico feliz, de verdade, que tudo o que passei tenha refletido nessa mudança que sinto agora, que você também diz sentir. Acho que não fui sempre assim, então não se preucupe em tentar enchergar no passado alguém que nunca fui. Voce nao prestava tanta atenção em mim assim? UHAHUAUHA. É, eu não posso te culpar, nem me culpar, até porque não há motivo. Os dois erramos, sabemos disso.. O que quero dizer, é que eu... Eu quero seu bem, e espero que saiba disso. Eu quero seu bem, eu quero "ver" seu sorriso nas letras repetidas que todo mundo usa, saber que voce está feliz e fazendo as coisas certas. Melhor dizendo, eu quero cuidar de você, mesmo que a forma com que você esteja disposta a deixar não seja tão... Como eu quero. Mas eu sei, que o que eu realmente quero não importante, contanto que estejas bem. Eu já errei muito contigo, e creio que não irei repetir isso de novo. Sendo isso uma chance ou não, ainda te espero sentado naquele sushi, pra conversarmos e nos entendermos, saírmos de mãos dadas ou não, ou simplesmente sorrir juntos. Ou no shopping, naqueles praças que tomávamos sorvete (Eu te disse que aquilo era clichê demais, namorados tomando sorvete.) e sorríamos juntos, sorrindo e sorrindo.

Contato que eu veja seu sorriso, pra mim está tudo bem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Trista!

Squédio, lédio, otorrinoraligoulogista.

A garotinha com seu patins, desliza na pista.
Burro de quem entende. Desista.

Nem pra você.

E eu sei bem da dor da distância. Está se tornando cansativo, mas aqui é onde irei descarregar isso. Quem não quiser ler, tape os ouvidos.

Me encolhia no chão do quarto e chorava um choro anormal. Soluços altos, dor de cabeça. Febre. Pegava meu travesseiro e o abraçava, sentia o perfume que talvez algum dia nunca estaria ali. Eu sei bem da dor da distância.

Me culpava por ser incapaz de ir até onde você estava. Eu colocaria a mochila nas minhas costas, cheia de bolachas de leite e cuecas desenhadas, seguiria pela estrada, diminuindo gradativamente as feridas em todo corpo, sarando a cada metro mais perto. Eu iria sim.


Me colocava em meio a um campo de batalha, a vontade e as barreiras. Elas não eram tão grandes, mas pareciam espinhosas, traiçoeiras. Como se quando eu tentasse pular, elas aumentassem e me agarrassem no ar. Perdia minha voz enquanto não ria, enquanto não sentia o físico.


E mesmo quando eu não podia mais sonhar, o amor ainda existia. Ainda existe. Mesmo quando eu te esperava, sentando no banco da rodoviária com meu mp3 tocando nossa música, meu coração no ritmo do seu. O amor ainda existia, enquanto isso você ria.



E mesmo quando o amor ainda existia, não deu. As feridas cresceram, se tornaram ardentes, quentes, insuportáveis. De repente a respiração falhava entre os soluços, e eu me percebia mais e mais preso a ti, meu oxigênio querendo ser dividido contigo. Não deu.


Sim, talvez eu seja covarde. Talvez eu tenha desistido fácil. Ou simplesmente eu não tinha mais carne a doar, mais ar. Eu simplesmente não tinha forças pra te manter aqui, manter a ilusão do seu abraço, a secura dos teus lábios. 


Não, meu amor não era menor. Você jamais me amou da forma desesperada que te amo... amei. Talvez por isso, eu tenha desistido disso primeiro. Por amar mais, me doar mais, eu fui o mais rápido a ser consumido pelos kilômetros entre eu e você. 

Eu tive que dizer adeus. Eu não podia mais.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

I don't fell so alone.

But I wish you where here.

domingo, 29 de novembro de 2009

Pai.

Não vejo um bolo, mas imagino balões. Não vejo sorrisos felizes no rosto de todos, mas vejo cada um sentado ao seu asento, e você na cabeceira. Você na ponta da mesa. Você me estende uma porção de salada a sorrir. Sua mulher passa atrás de ti e arruma teus cabelos desgrenhados, pretos/brancos.
Você sorri nosso sorriso e partilhamos alguns salgadinhos. Eu te estendo uma grande agenda que te presentearia, pra você guardar seus amigos. Corro até o quintal grande com dois pit bulls e brinco com eles. Você me olha do portão ao lado dela e sorri. Teus outros filhos chegam e te presenteiam, te abraçam. Tua mulher de beija com amor, como nunca vi. Eu admiro. Há uma aura de felicidade ao redor e todos estamos juntos. Não todos com sorrisos felizes nos rostos, mas juntos.


As coisas não são assim, você sabe disso. E mesmo assim, você é o melhor do mundo. Feliz aniversário atrasado.

Saudade.

Pequena. Uma palavra, pobre e sem nexo. Torna tudo isso um simples sentimento sem caráter, algo que tenha cor e que possa ser explicado. Torna essa imensidão algo, alguma coisa. Torna a extensão da dor... sensível. "Ó deus, que saudade, que saudade. Que dor, minha alma gêmea..." PORCARIA.
Esse.. Essa.. Esse tom, essa porção de sangue. Essa porção de sangue que corre pelo lado contrário da veia... A mais direta e profunda, o cálice de ouro mais maciço, o aroma mais podre, ou simplesmente a falta dele, de.. Dor.  A mais maldita falta, o ódio da auto-destruição, a sensação de desprezo pelo próprio corpo só. A não-presença que mata, a falta do alimento da alma, auto-flagelação. Buracos, crateras que reinvidicam espaço na não-pele, e brincam, se aumentam, cavam outros. Abismos. Profundos. I-mundos de dor. A alucinação do não-toque, a mais direta e perfeita colocação da falta, pain. O sussurro da voz que não está ali. Um ácido, que não corrói as beiradas, mas sim brota de dentro e destrói.

Deus, por favor, que esse dia acabe logo.

sábado, 28 de novembro de 2009

Please?

Como se imaginar espelho de algo grande, se esse algo grande não existe? Como procurar as palavras certas, genialidade nas veias, se isso é pó em meio ao sangue. Pó. Se quem pensa sou eu, como posso separar o ilegítimo mim de mim mesmo? Tem gente que consegue! Ou diz que sim, pó. Mesmo sem um rosto a se prender, mesmo sem uma voz.. E não são as palavras assim tão poderosas? E não são os beijos projetados, as promessas, os quase-abraços assim tão bons? Assim, tão.. pó. Inexistente entre o sangue, que não são feitos pra fazer sentido: Um ser, alimentando as nessecidades do outro. Tu, alimentando meu pó enquanto eu bebo de teu sangue. Não há carne, é uma conexão de espíritos. É o puro desejo, as puras palavras, o puro escrever. No caso, o puro transmitir. Expor. Amar.


Pó.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O rio corre sem pressa, como sempre. Ambos de cenho franzido, entram homem e mulher em meio a natureza, as armas a postos, o diálogo pensado. Sentam sobre as pedras, os minutos de silêncio correm. Ele pigarreia e atira.

- Está frio. 
- Minha boca está dormente. Me beija ?
- É... inverno.- Ele sorri. Se aproxima dela e lhe dá um selinho rápido, se afastando um pouco porém sentando em uma pedra mais próxima.
- Sorvete de casquinha. - Ela comenta. Olha o rio, o fluxo constante.- 
- Desculpe? - Mais cenho franzido.
- Algo bom porém surreal. Termina em cinco minutos.

- Você me assusta. - Ele ri baixo, encolhendo os ombros, lembrando.

- São como os seus beijos. - Ela levanta segurando impotente a sua arma entre as mãos firmes.
Estremece. - Meus beijos te assutam? - Um lampejo de inocência, uma pequena ferida aberta. Ele se encolhe mais, quase se abraça por dentro.
Ela sorri. - Não. São como sorvetes de casquinha. - Ela vira olhando-o firme nos olhos quase queima quando encontra os dele e vira-se rapidamente mudando de assunto. - Quer um cigarro ?
Calor. Alívio. Ferida sarada, um olhar. - Não fume. - Ele firma a voz e decreta. A observa em pé, se levanta também. A puxa pela cintura, prende seus braços ao redor dela como uma corrente.
Semblante sarcástico o encara. - Pensei que detalhes pessoais estivessem superados. - Ela sorri. Seu corpo treme com o toque das mãos dele e ela prende a respiração. 
- Apenas casais tem algo pra superar. - Ele inspira. Ele prende mais seus braços, o medo das palavras impensadas. Ele baixa o rosto e encosta a testa no ombro macio, respira o cheiro.

Ela fecha os olhos com força e se solta dele. - Amantes não-correspondidos também. Desculpe, preciso fumar agora. - Com a mão trêmula acende o cigarro com imagens dançando em sua cabeça.
Puxa de volta. Agarra o cigarro e se queima, dor física sem importância. A abraça de volta. - Só.. Por favor. - Engasga. Encosta a testa na dela, calafrios. Aqueles olhos escuros cheios de perguntas, a respiração próxima. - Por favor.
Assusta-se. Seu corpo inteiro parece queimar em segundos, fecha os olhos firmemente sem querer acordar. Pigarreia e mantém-se imóvel, os braços soltos envolvidos pelos dele parecem sem vida. - Termine logo com isso. Diz com pesar.
- Pra terminar, eu preciso começar. Não que eu vá terminar, mas eu quero começar. - Pigarreia, engasga, gagueja. Observa o rosto dela pálido. A aperta, a trás para seu calor, olha na escuridão dos seus olhos. As palavras não saem, ele fecha os olhos. -
- Começar ? - Deixa escapar um sorriso porém lembra que não são um casal. - Falei sobre o que viemos fazer aqui. - Diz em voz baixa, relutante.
- Para você rir de mim. - Ele mostra os dentes, compõe o rosto. Em seu núcleo, destroços.


Risos.



Por: Jacob Eliachar e Eduarda Briara.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O menino.



Seu coração bate forte. O ar puro do pé-de-acerola preenche seus pulmões, seus pensamentos, lava-o de pureza e felicidade. Ele chuta a terra seca com os pés, se senta em meio aos minérios e sujeira, observa dali uma folha cair, uma pássaro voar, a chuva começar. As gotas caem com força, penetrando o solo enquanto ele sentado, estapeia o ar, observando. O vento forte leva a chuva em uma valsa desorientada, uma dança bem guiada porém desigual. O sol mostra sua presença, surgindo detrás das nuvens como o grande rei que é, o menino se levanta para lhe prestar o devido respeito. A marcha Nupcial de Richard Wagner começa a ser cantarolada na cabeça do menino, e o casamento da raposa começa.


Inquieto, ele não se aquieta nas pedras confortáveis e se levanta, se pondo a andar, observa, assiste. Põe em mãos seu enorme guarda chuva preto e olha. Mãos humanas se estendem pra fora das janelas em busca de constatação da chuva forte, a chuva que os ouvidos já registraram. Mentes na seca. Nos olhos de cada um, o sol se mostra vivo e feliz. As pessoas correm do casamento, o menino começa a imaginar a raposa desesperada por perder seus convidados.
A perfeita união entre o sol e a chuva, fogo e a água, começa a cessar aos poucos, os convidados começam a diminuir a correria.


E enquanto as flores se abrem para o fim da chuva, recebendo o presente dos céus, o menino abre um sorriso agradecendo ao pai-natureza pelo vizinho continuar ouvindo o blues que ele tanto adora.

domingo, 22 de novembro de 2009

Três milhões e nove-acentos.

Um dois, feijão com arroz.

Ela.


Saber me fazer sorrir. Cabelo liso. Ela sorri meu sorriso. E com a cor de calça diferente de todos o outros alunos comuns, ela se atreve a criticar meu folk. Apesar de tudo que seus atos avistam parecer, seus olhos são escuros. Ela não é como nenhum de nós, ela sabe me fazer sorrir.


E toda manhã que chego, eu sorrio quando a vejo: Quase sempre começa tão fechada. Ás vezes me distraio com o rosto dela, com as histórias que me conta. Ela cheia de sono me sussurra um "bom dia" e volta a dormir. Ela sonha. Ela não é como nenhum de nós, ela sabe me fazer sorrir.


Mas triste ou feliz, ela me conta quem veio e quem não foi, quem ela fez passar. Quem vai ou não estar. Ela quer saber do meu dia. Dividimos um lanche, eu sorrio de boca cheia. Ela morde a ponta da língua. Ela é especial e sabe disso. Ela não é como nenhum de nós, ela sabe me fazer sorrir.


Ajeito minha bolsa nas costas e sorrio depois de ter conseguido meu beijo de despedida na bochecha. Vou vê-la amanhã.


Ela não é como nenhum de nós, ela sabe me fazer feliz.

sábado, 14 de novembro de 2009

Cow-girl.

Sempre quis cavalgar em um cavalo azul
E também sempre adorei biscoitos de morango
Sempre sozinho em tudo, me encolhia em meu canto
Mas aí eu conheci você

Agora sempre que eu quiser um abraço
Sei que você vai me dar
Vai abrir seus braços pra mim e sorrir
E vou ver aquele pedacinho do céu no seu olhar

Imagino-me agora não tão só
Você vai sorrir pra mim, segurar minha mão
Te vejo com botas de couro e sorriso amarelado
Você e eu, andando em uma verde imensidão

Agora sempre que eu quiser um abraço
Sei que você vai me dar
Vai abrir seus braços pra mim e sorrir
E vou ver aquele pedacinho do céu no seu olhar

E quando agora te vejo triste
Seus lábios se curvam e descem nos cantos
E quando agora nossos planos machucam
Vou ver seu sorriso de promessas e me encher, de encantos

E quem sabe depois do depois
Vou pisar na grama verde e te ver cantando
Do outro lado do campo em um cavalo azul
E uma cesta de biscoitos de morango

Agora sempre que eu quiser um abraço
Sei que você vai me dar
Vai abrir seus braços pra mim e sorrir
E vou ver aquele pedacinho do céu no seu olhar

Nunca vou te deixar cow-girl,
Mesmo que seja difícil de crer
Um dia prometo sentir teu abraço forte
E nossos planos voltarão a ser.

Não despedida.

Eu sei, eu sei. Mas na verdade mesmo, não sei de nada. Sei que muita coisa aconteceu. Muita felicidade, é verdade. Eu te fiz muito feliz, você me fez muito feliz. Abra sua mente pra me entender, estou abrindo a minha pra tentar te explicar. Não houve erros. Sim, tudo aconteceu de forma mágica e única. Eu também nunca vou esquecer, nunca. Só não sei como, de que forma.. Explicar. Em um momento tudo estava no lugar certo e no outro, eu não tinha mais tanta certeza. Diminuiu. Ele diminuiu, e não soube mais o que fazer, me desesperei. A culpa não foi de ninguém. Mas não se aflija, ele nunca vai acabar. Se acabasse, nunca teria sido um amor verdadeiro. Eu só quero que tente me entender, por favor. Pode por a culpa em mim se te fizer melhor, Ás vezes eu sou rude ou simplesmente silencioso. Ás vezes enquanto eu choro, finjo que não leio o que você diz, mudo de assunto. Talvez, a culpa seja realmente toda minha, e eu daria tudo pra saber o que diabos aconteceu. Tudo mesmo. Pra te tirar, nos tirar desse sofrimento que nos mata. Cheguei a pensar em te fazer me odiar, mais isso nos faria sofrer mais: Sofrimento por sofrimento não é uma troca inteligente. Muito menos justa.
Você não fez nada, juro. Você me fez feliz, de uma maneira única, ninguém mais fará dessa forma. O problema sempre foi comigo... Eu nunca, mesmo depois de tudo, NUNCA, cheguei a me sentir o suficiente pra você. Eu me encolhia e chorava quando você não estava, quando sua voz não estava. Me dilacerava, saber que talvez um dia seu abraço nunca estivesse comigo. Fui medroso, covarde. Mas tomei aquela decisão por nós dois, acredito ter sido melhor assim. Mas agora... Sempre que nos vemos, nos falamos, fica tudo assim. Você me fala aquelas coisas e eu sofro, você sofre. Tudo começa a doer, todas as lembranças. Você ainda é parte de mim. Mas é como... Se tivesse mudado de lado, de cor. É como se você fosse uma parte vermelha, mais agora é uma parte azul. Por favor, tenta me entender. Tenta me ajudar a mudar isso tudo, porque está doendo muito. Sempre que nos falamos, eu morro um pouco por dentro. Não estou pedindo pra que você vá embora, NUNCA! Eu te quero sempre aqui comigo, mas nós dois juntos poderíamos diminuir esse sofrimento. Eu estou morrendo por dentro, e você também. E algum dia, não terá mais nada vivo dentro de nós pra morrer.

Me entenda e não se afaste. Por favor. Preciso de você. Só não quero sofrer mais.
Sempre vou te amar.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009



Chego. Arrumo o notebook no colo, me sento embaixo do pé de Jucá. Escrevo.


POIS DIGO QUE TENHO! Todas as palavras, todas as expressões, todas as ações do mundo! E tentarei te oferecer elas. Eu digo que tenho! Lhe direito o infinito que sinto, lhe direito tudo que pressinto, instinto! Minha minha minha minha! Sem esses clichês, de "Oh, não tenho palavras pra expressar o que sinto.." Pura bosta! Te escreverei o máximo que eu puder, o máximo que eu conseguir, o máximo dos máximos mesmo que eu encha isso de mais bosta do que deveria. E se minhas palavras se sujam enquanto escrevo, afirmo que não busco a perfeição: Expressão! Vou agarrar, seja com meus braços ou dentes. Vou gritar, rodar, pular! Minha, és MINHA! Vou entrelaçar nossos dedos e lhe dizer a importância de todo meu amor, de toda essa explosão que sinto dentro de mim. Milhões de fogos de artifício se chocando, o sangue esquentando e pulsando como navalhas ao redor do meu corpo, espalhando. Te prensar, apertar, em mim, minha. Te mostrar a importancia de nosso amor, te beijar.


MAAAAAS... Só depois que eu terminar meu sorvete de baunilha.

domingo, 8 de novembro de 2009

La pergunta?

Eu que sempre fui atrás do sim.
Do agradável. Fiz uma pergunta que merecia um não.
Eu queria o não.

Eu que sempre fui meio assim.
Instável. Eu estava aguardando pelo não.
Por redenção.

Eu esperava ser atrativo a ponto de receber um não.
Eu esperava ter me esforçado, a ponto do não.
Ser merecido do não.
Ser o poeta do não.

Daquele tipo sem versos. NÃO!
Eu recebi meu não.
Foi-se embora meu encosto.
Apareceu-me um sorriso, em meu-me rosto.

("Ainda gosta dele?")

Quanta bosta!

Desce, desce
Olha, olha
Quanta letra, quanta letra.

Leia leia,
trás, descobre.
Minha letra, letra, letra.

sábado, 7 de novembro de 2009



"Não acho. Se você olhar bem a perspectiva, não são as palavras. É a forma."

É a forma. É a forma, o contorno. Dos teus lábios, se alinham e desalinham. Tão belos e cheios.

É a forma. É a forma, que me encaixo em ti, que me braço envolveu tua cintura e não a deixou escapar enquanto você sussurrava pra mim.

É a forma, o jeito. O jeito que te quero e forma como me viste, foi como tudo se foi.Sem nem ir antes pra voltar, recomeço.

É a forma que você simplesmente veio e foi, a forma como me deixou. É a forma como fiquei.

É uma fornalha, que me desforma.

É a forma.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tsc, tenho mania de escrever sorriso com "Z".

Sorrizos.


Era uma coruja.
Sim, ela sabia disso.
Mas não era uma coruja comum. Ela também sabia disso. Ela tentara, milhões e milhões de vezes conversar com seus semelhantes, mas eles jamais a haviam respondido. Ela sabia que era diferente, sabia não haver ninguém igual a ela. Sabia falar. Ela sabia falar, mas quase nunca falava. Não tinha com quem conversar. Sabia as horas, pelo sol e pela lua, e sempre foi assim. Conhecia sobre as cores, flores, plantas e gente. E não sabia porque, só sabia que sabia. Falava com o vento e as plantas. O carvalho grande no meio da floresta a avisara, que ela era diferente. Ele era sábio o gentil, esse carvalho. Seu amigo, uma árvore.

Uma vez ela tentou pedir para um garoto humano parar de lhe jogar pedras, não sabia porque ele estava fazendo aquilo. Ele soltou um grito e saiu a correr. Ela sempre entendeu as coisas ao seu redor. Quase tudo. Menos seus semelhantes e os estranhos humanos. Se admirou ao acordar para a vida noturna e se perceber só. Foi atrás de outras corujas, que não lhe deram ouvidos, muito menos companhia.

O sol acabara de se pôr, deixando a floresta entre os rastros de luz e o breu, o fim do dia e o início da noite, aquela hora incrivelmente mutável. A hora do crepúsculo, o começo de seu dia. A coruja adorava aquela hora, era a hora do espetáculo. A primeira coisa que sempre fazia. Abriu suas magestosas asas e caiu, deixando-se deslizar pelo vento gélido. Ela se sentia leve. Apanhou alguns gafanhotos com um vôo rasante, e se posou em sua árvore preferida. Era em frente à cascata de água cristalina, as árvores pareciam abrir caminho para que ela passasse, e não que ela estivesse se intrometendo ali. A coruja se postou e observou, deixando sua maravilhosa visão se prolongar até a magestosa criação humana. Eram blocos de pedra enormes, postados como uma grande proeza entre os dois lados da encosta que parecia feito por obra de um habilidoso bruxo. Era uma espécie de ponte, algo assim.

A visão da coruja tomou um breve tom doce, ela percebeu isso batendo ligeiramente os bicos. Se concentrou mais até chegar à uma das janelas do castelo. E observou.

O homem segurava a mulher pelos cotovelos. Aquilo era errado. A coruja sabia que aquela devia ser uma condessa ou algo assim, por suas roupas. E também sabia que ela era comprometida. Na noite passada, a mesma mulher havia chegado e tinha uma recepção pra ela. Muitos comes e bebes, animais mortos com um tipo de essência de calor flutuando sobre eles. Pareciam ser boas vindas. O homem apertou com força a mulher, a coruja soltou um piado ao sentir que aquilo era errado, muito errado. A mulher tentou gritar, abrindo a boca. Foi encostada na parede, prensada. Mas sua boca não estava mais tapada, ela poderia gritar, mas não o fez. Virando o rosto pro lado, vibrando de curiosidade, a coruja percebeu a mulher fechar seus olhos e gostar daquilo.

Sem nada a fazer, ela observou os movimentos e as roupas caírem. Ela lembrou no meio de todo aquele alvoroço, que aquele homem era quem limpava as janelas. Ela o via sempre, desde que se lembra. E era errado eles estarem ali entrelaçados no chão de uma das janelas que ele limpava. Relembrou também, o garoto que o jogou pedras um dia. Sim, era agora o limpador de janelas da construção magnífica. Estava tudo errado. Mas a mulher nao estava mais se importando, ela apenas mordia os lábios.

Mas logo houve um alvoroço. A coruja deslizou bem pouco seu olhar, bem pouco e pode comtemplar a janela do outro lado. Muitos guardas, andando na direção dos dois. Indo na direção daquela janela, a única em que não podiam estar. A coruja soube o que aconteceria, mas ficou em seu lugar. Não deveria interferir.

Virou o rosto pro outro lado, se distraindo com a bela floresta que aos poucos anoitecia e ganhava vida.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Não me empurre: Continuarei segurando tua mão.
Mesmo que te tenha só em meus sonhos.
Mesmo que eu escorregue até cair.
Até que eu grite, até tudo se ir..

Mas não fale: Ocupe sua boca comigo.
Até o sol se por de novo.
Até você suar comigo..
Enquanto não nos levantarmos e retornarmos..

inimigo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sei lá.

*eu fiz tanta merda. (Todos fazemos, sempre.)
*que to cansado de mim saca?
* (...) quando na verdade
*eu não sinto exatamente nada além de pena dela
*to cansado de esperar. (Eu também.)
*to cansado de ouvir, ''eu te amo'' sabendo que ela ama ele, e sabendo que ela me ama de uma forma, da forma dela, mais me ama.
*to cansado de conversas quentes que não levam nada.
*to cansado de todo munto me implorar atenção.
*quando eu não quero dar.
*quando simplesmete eu quero sorrir.
*e não ter que inventar assuntos que não rolam naturalmente.
*to cansado de pessoas
*achando que eu sou um idiota.
*que não consegue dizer:
*"não".
*to cansado de ter que ser legal.
*e to cansado, dessa merda, que se chama amor. (Nós.)
*sabe.
*tinha uma época que eu tinha amigos (Hm.)
*agora eu me sinto sozinho .-.
*e a unica coisa que eu quero
*é ficar sozinho.
*tipo,
*eu to sentindo algo.
*que não deveria sentir.
*e isso vai me fuder de novo.
*sabe quando voce se arrepende profundamente de algo?
*e daria a vida pra mudar? (Eu sei bem.)
*uma vez me falaram:
*''você é um lixo, só sabe usar as pessoas, vive atrás do seu amor impossível, mais você não tem coração, quando ela ligar, você vai simplesmente desistir, pq você não ama ela, e sim, correr atrás daquilo que é impossivel.''
*eu não sou assim.
*eu simplesmente errei.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Maldição. Praga, perdição da cabeça aos pés. Cria laços sem perceber e os destrói, chorando enquanto sente o sangue descer, se rasga. Muitas facetas e formas, muitas escolhas e provas. Dor. Infernal. Inebriante. Cegueira. Experimenta a luz da cegueira e a oferece em um vaso de ouro, o ouro dos tolos. Sorri enquanto se diverte, causando impressões boas onde passa. Irritante. Colérico. Por dentro, é apenas um menino, apenas um menino que canta pra que a dor se torne um laço também. Pra que ele possa destruí-lo. Destruí-lo, sem perceber.

Ver.
Crer.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O talvez.

" Mas eu, que sempre estive atrás das palavras bonitas, das expressões amorosas: Parto ao luto. Olho ao meu redor: As cartas postas à mesa, esperando por seus jogadores. Sim, é assim que eu vejo. Ao receber o abraço desejado, é um sensação de êxtase, quase maior do que minhas linhas exaltadas, adoradas. Quase maior do que o beijo roubado, do embrulho nos lábios do estômago. Eu mereço.. Não sentir nada ao escutar que ela me ama, não sentir nada ao roubar-me toques. Eu mereço, não sentir mais nada na ponta dos dedos como antes, nada como antes. Mereço, escutar sussurros ao meu ouvido: "Te amo tanto,que esse amor quase sai de dentro do meu peito." POIS DEVIA SAIR. Me conquistou com teus toques, com sussurros de sexo ao pé do meu ouvido, mas pra mim não passas apenas disso! Eu não a amo, não quero mais seus beijos em meu umbigo, seus poemas de amor! Digo a mim mesmo que não preciso mais dos carinhos dela, que não estou mais viciado em seus beijos.. ARGH!! O que preciso de de distância dela, desse abusivo controle, descontrole.. Arrepio. É apenas o que me provoca. E aqui estou eu novamente escrevendo, me perguntando porque diabos ainda cedo à isso.. Estou viciado, sim assumo. Talvez assumir meu vício seja o primeiro passo para me livrar dele. Acho que li isso em algum lugar. Segundo passo? Tomar atitudes físicas.. Hm, eu quase rejeitei seu corpo ao meu esta manhã no banho. Isso deve ser algum avanço. Um quase deve ser bom. Sim. Mais o que devo fazer agora? Eu espero poder..."


A mulher entra no quarto, encontra o amante escrevendo sobre a cama. Ele está com a testa suada, ela abre um sorrizo enormemente encantador e observa ele perder o fôlego.Ela está feliz por vê-lo. Ela o ama. Ela tira sua própria roupa com cuidado, sentindo o olhar em suas costas enquanto vai ficando nua. Observa de canto de olho ele esconder os papéis, há dias que ele escreve e esconde suas anotações dela, ela sorri para si mesma. Ela engatinha pela cama enquanto ele parece relutar, ela abre outro sorrizo esperando ser aceita por seu amado. Fim de papo, os dois corpos se enroscam e suam enquanto todos os pensamentos se perdem.

sábado, 19 de setembro de 2009

Era.

Era um canto.
Cheio de encanto,
Papéis amassados,
Letras e pranto.

Era uma cama.
Cheia de sonhos,
Travesseiros alados,
Meio.. tristonhos.

Era um abraço
Apertado, um enlaço
Familiar e querido
De um amor.. perdido?

Era um riso.
Feliz e contente,
do amor displicente
Que nasceu só em mim.


(Na verdade, começou com um abraço, que acabou num enlaço, e se grudou em mim, na parede que sonha com cantos encantados, papéis alados que agora começam a sorrir, contentes, do amor displicente que nasceu só em mim.)

Historia dois.


- Como eu vou saber?
- Não existe um padrão! - Argumentou Beth. Feia, cabelos loiros desgrenhados e bem curtos, magrela, da minha altura e no sentido literal, eternamente vestida em uma farda escolar dos anos 80. E ah, ela estava morta. - Há muitas formas de se saber..
Eu tive certeza, apenas pelo tom de sua voz que ela logo desandaria a falar. Só precisava de um pequeno incentivo. Era bastante tagarela pra uma fantasma. Em vários aspectos era ela minha melhor amiga. Nós bricávamos desde que nos conhecemos, e conversávamos muito. Mas..
- Por exemplo..? - Simplifiquei. E logo comecei a rir. Ela sugou o ar com força, como se realmente respirasse, e arqueou as sombrancelhas com uma expressão de quem "sabe das coisas".
- Não tem como ser precisa nisso. Todos nós.. A manisfestação é sempre diferente. Em mim, quando eu era viva.. Eu soube porque meus dedos formigaram.
Me esforcei pra entender. Me ajeitei sobre um resto de carteira queimada no qual eu me sentava agora. Desde o início do verão, eu ia até as ruínas da antiga escola estadual, vítima de uma incêndio misterioso que não deixou nenhum sobrevivente. Eu ia lá todos os dias, encontrar minha fantasma. Foram dias ótimos.. E eu me mudaria hoje.. Não quis pensar nisso. Eu e Beth prometemos que não haveria uma despedida. Fiz uma careta.
- Meus dedos nunca formigaram. - Murmurei desapontado.
Ela deu sua versão ruidosa e bem humana de um sorrizo.
- Não tenha pressa gorducho. Você tem uma vida toda pela frente.
Não me contentei. Mas eu sorri alto. E ela também. Do mesmo jeito que ela havia sorrido na primeira vez que me viu..
(Eu estava nas ruínas da antiga escola, procurando minha bola. Era difícil caminhar por aqueles destroços pretos. Meu grito de horror ao ver uma fantasma feia atravessando as paredes semi-destruídas e aos pedaços, provocou a primeira risada da morte dessa fantasma medíocre.)
- Você me ama Beth?
Ela fitou o nada. Eu não sabia o que esperar daquela expressão dela.. Os olhos dela ficavam vazios, e ela fazia expressões derrubadas. Parecia realmente morta. Eu sentiria falta dessa morta, eu sabia disso.
- Não posso.. sair daqui. Estou presa nessa ruínas. Eu iria com você se eu pudesse. - Ela estendeu o desenho pálido e quase transparente que deveria ser sua mão.
Ergui meus dedos devagar. Ergui minha mão até o lugar onde eu deveria sentir a pele macia de sua mão. - Sempre estaremos juntos. - Ela prometeu.
Eu entendi, de repente. Mas cedi. Permiti que meus instintos de covarde me guiassem, e corri pra minha casa o mais rápido que pude.

A ponta de meus dedos formigavam freneticamente.

domingo, 13 de setembro de 2009

"Música" para ká. ♥

A noite é fria, me sinto novamente quebrado
Mas a promessa de um dia desses te abraçar, me renova
Talvez você também pense em estar ao meu lado
Mas sei que tendo ou não, alguma vez te encontrado
Você é um pedaço de minha alma, uma gota de mim

Quando as coisas acontecem, é engraçado
Na euforia que tenho para tudo te contar
O cheiro das histórias, que flutuam, pairam no ar
Dividir com você, é como contar pra mim


O Sol vai nascendo ali na frente
E sei que continuarei a sorrir
Enquanto formos um do outro,
Enquanto você continuar a ser um pedaço de mim


O futuro é tão incerto, injusto
Talvez por algum motivo, nada continue assim
Mas se você fechar os olhos, e por a mão em seu peito
Você poderá com toda certeza me sentir

Porque você é parte de mim.

domingo, 30 de agosto de 2009

Devastador, no mínimo. Sentia gosto de sangue na boca, brotando de não sei onde. Escutava sussurros maléficos, de não sei quem. Tentador.. Tentação.. Minha cabeça girava, depois parava. Começava a girar de novo, em outra direção. Tudo se tornava borrões negros. Eu sentia vontade de gritar, tapar os ouvidos para aquelas sujeiras, imundas. Mas eu me contia. Devastador, no nível máximo. Trasformava, as mínimas coisas em futuros. Me inscitava. Me chamava, dizia que um carro em alta velocidade não doeria tanto, eu não teria tempo de sentir. Me instigava, convidava.. Docemente, às vezes altamente rude. Fazia o aço das facas cintilarem, mostrando que seriam apenas alguns minutos de sangramento, nada mais. Fazia com que gravatas se projetassem ao teto, mostrando que eu não teria com escapar, principalmente se eu me arrependesse depois.. Afogar a dor.. Afogar a dor.. O desejo crescia dentro de mim, e minha memória ia se sujando.. Me peguei pensando no talvez. No mínimo, não haveria mais oportunidades assim. Eu estava só. Eu olhava ao redor, borrões. Não haveria nada a perder, haveria? Quem ligaria então?

Corri. Fugi dos pensamentos. Eles me perseguiam. Os borrões ficaram mais escuros, e não tinha mais nada pra que eu me segurasse. Mostrasse que ainda havia realidade.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

História um.


Inerte. Era como ele estava. Parado, pensando. Deitado. Dei uma checada em seu rosto. Não soube dizer se ele era bonito. Seu rosto pra mim de alguma forma era familiar. Ele se remexeu embaixo do cobertor, uma expressão no rosto que considerei como insolente. Hm.. Também não soube dizer se ele sonhava, para mim suas rugas e linhas faciais eram completamente comuns, assim como as feições. Brotava um ronronar baixo de sua garganta.
Ele inspirou. Eu observei mais atentamente. Tive a impressão certeira de que ele não estava apenas suprindo sua nessecidade de ar. Não, ele não estava. Claramente, ele estava buscando se aliviar de algo. "Pesadelos?" Me perguntei. Ele finalmente expirou, sem pressa alguma. Tudo ficou escuro pra mim de repente. Eu tive consciência de que acabara de entrar na mente dele.
Não consegui ver o chão. Alguma coisa na superfície plana e dura que eu colocara os pés, me lembrou o azulejo branco e frio do meu quarto. Algo no ambiente me inscitou a andar. Um tipo estranho de eletricidade, movia meus pés para dentro. Um pé atrás do outro, comecei a andar sem consciência disso. O espaço ao meu redor era escuro e estranho. Luzes sorrateiras, começaram a brotar. Do nada. Vindas de todo lugar. Permaneci calmo. Estranhamente, me senti em casa assim que parei de andar.
A luz era meio morna. Dava pra sentir. Tinha cores estranhas, destacadas. Menos a cor branca. Não havia branco presente naquele lancete reluzente de cores. Não me perguntei porque. Eram cores ao breu. Era como uma noite fria, escura e.. crua. Como uma noite sem lua ou estrelas. Tudo isso, misturada ao calor de um dia bem quente, o sol bem em cima da cabeça de todos. Era uma mistura boa.
Olhos. Sem dúvida, aquelas coisas eram olhos. Imóveis. Olhos enormes, imóveis e negros. Pairando no ar. Em todos os lugares. Feito bolas pintadas, eles olhavam em todas as direções. Não eram organizados. Eles não me viam.
Portas. Também havia portas. Seus calços estavam próximos à superfície que eu julgava ser o chão. Olhei pra cima e arfei. De surpresa. De susto. E principalmente de fascínio. O teto, agora tomava as cores do céu, um azul maravilhoso! Resplandecente, reluzente. As nuvens foram se pondo em seus lugares, até que a movimentação parou. Eu praticamente brilhava de curiosidade. Arfei, dessa vez mais espantado. Olhei rapidamente pra baixo, de onde vinham novas luzes e cores. O teto e o chão, haviam virado cópias perfeitas do céu. Meu instinto gritava que eu iria cair. Mais nada aconteceu. Precisei de vários minutos pra perceber que eu pisava em um espaço azul de céu. E mais minutos ainda pra relaxar, e ver que o azul era sólido.
Procurei ansioso, o olhar observador para rever as portas. Portas pra mim eram tranquilizadoras. Eu considerava portas, grandes oportunidades. As que estavam ali, eram de um mogno belo e rústico, parecendo antiguidades. Assim como os olhos que continuavam ali, as portas estavam paradas, cada uma em uma posição diferente. Me lembrou um labirinto.
Percorri com meu olhar analisador, curioso. Enrigeci ao perceber: Uma das portas estava aberta. "Um convite?" Pensei. E ri: Eu estava tendo pensamentos, dentro dos pensamentos de outra pessoa. Hilário. Testei mais uma vez com os pés, a consistência do solo azul. Parecia duro como pedra. Andei, sem vacilar até a porta aberta. Minhas pernas estavam relaxadas, como se a eletricidade que antes me arrastava pra dentro, me deixasse agora escolher pra onde eu queria ir.
Observei assustado, agora dentro de outro ambiente escuro: Eu não estava sozinho. Havia um menino. Um menino sentado à alguns metros de mim. Parecia confortável sentado sobre um.. tipo de azulejo.. A criança deslizava o dedo indicador no chão.. Vermelho? Sangue. Arregalei os olhos de pavor. A criança estava coberta de sangue, de repente. Dos pés a cabeça. Sangue vermelho e cintilante. Ela parecia não perceber. Eu não conseguia mais me mecher.
O menino se embalava devagar, cantarolando mentalmente algo. Algo como uma música infantil.. Eu podia ouvir. O som preencheu todo o ambiente. Havia rugas fundas na testa dele, fincadas como uma máscara. Concentração? Eu não sabia. Parecia comum pra mim. Reconheci o significado do peito estufado e nu, dos olhos semicerrados. Coragem. Observei o menino, que de repente puxou o ar com força, muita força. Me senti sugado, de uma forma ridícula. E ele gritou. Alto. De uma forma ensurdecedora.
O grito do menino se sobressaiu à música. E foi como um chamado. Do nada, os olhos da "sala" anterior surgiram ali. Todos derramavam lágrimas enormes. Portas. As portas também atenderam ao chamado. E se despedaçaram. Uma a uma, as portas giravam rapidamente e se chocavam uma a outra, se despedaçando. O menino ainda gritava, e parecia que nunca iria parar. Tapei meus ouvidos. E me arrependi.
Reconheci a umidade em minhas mãos. Eu ainda tinha o tato e a visão. Afastei minhas mãos pra ver. Sangue. Eu estava do nada, incrivelmente coberto de um sangue vivo e vermelho. Meus braços, pernas, mãos, cabeça. O menino ainda gritando, olhou diretamente pra mim pela primera vez. Eu retribui o olhar, apavorado. E gritei. Não sei direito porque. Mais eu gritava muito alto. De uma forma ensurdecedora. Meu grito e o do menino, se tornaram apenas um. O mesmo tom de voz, observei. Eu não sabia mais quem era eu. Eu encarei o menino, e meu olhar se prendeu ao dele.
Eu ainda gritava. Ele também. Ele tinha uns cabelos encaracolados.. Ensaguentados.. Pendiam em cachos um pouco abaixo da orelha. Seus olhos chorosos por baixo do sangue.. Eram uma cor híbrida e estranha, mel misturado à capim. Foi quando me assutei, assumindo os pensamentos que eu agora tentava afastar. Tinhamos a mesma cicatriz na testa. Arregalei os olhos.


O menino era eu.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E os frutos?


Segurar meus sonhos. Segurar e prendê-los, apertar o máximo que conseguir, tanto, que chegarão a secar. Apertar os olhos, deixar que a rotina me prenda, me leve.. Segurar minhas lágrimas. Antes que magoe, antes que machuque e cutuque todas as feridas. Segurar as pernas, o peito. Me manter em pé, respirando. Segurar os dedos, sustentar a dor na palma das mãos. Sustentar a dor do corpo, de cada uma das células, de cada abalo da consciência. Segurar meus passos. Sair por algumas noites do foco, escapar da luz, trilhar a escuridão. Esconder de meu reflexo, a pessoa ruim que insiste em me olhar de volta no espelho. Apertar meus dedos, e segurá-los fixos à palma da mão. Asfixiando as marcas do tempo, as marcas que parecem e perecem junto com a leitura do meu destino. Tentar, mostrar a mim mesmo que seguir sozinho nao é uma opção, é uma luta. Procurar meus sonhos que sequer nem conheço, exaltá-los, e fazer com que me ceguem, me deixem tonto. Segurar esses sonhos. Segurar essas lágrimas. Segurar minhas pernas. Segurar meus passos. Segurar minhas mãos. Atar todo meu ser, rancar pela raiz todas as árvores, todos os sentimentos. Ou ao menos tentar. Talvez se ao menos tentando, o solo molhado absorva a culpa. E leve outras coisas junto. Assim talvez, nunca mais se ouvirá alguém comparar uma árvore à florestas inteiras.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Primogênito.


Vago. Pensar em coisas pra escrever, é absurdamente vago. Ações falam bem mais! Ações demonstram tanto, que escrever se torna algo.. Vago. E repetitivo. Ás vezes até inconstante, como esperar um suco congelado ser estraçalhado pelas hélices de um liquidificador. Tosco, pois sempre o suco terminará completamente dissolvido. Com a água. Se você acrescentar água ao seu suco, claro. Sei lá. Tanta coisa pra se escrever. Se torna até.. Chato, até entediante de imaginar. E de demonstrar. Não que escrever, pressionar esses pequenos botões seja considerado o mínimo de esforço. A não ser quando os dedos doem. Aí, nós sentimos. Sentimos o quanto vale a pena fazer, tocar. Provocar sentimentos, provocar recíproca (verdadeira ou não), provocar a junção de letras! Escrever também é sentir. Não sejamos hipócritas então, já que estamos lendo algo escrito, ou escrevendo algo lido. Sejamos realistas. Eu então, talvez, só eu precise ser. Ou então não. Que chato isso. Mas.. e dai? É tudo tão vago mesmo. Ao menos pra mim. Desejo mais noites de respostas. Ou então.. Tomar um suco, talvez. De maracujá, pra acalmar os dedos.