domingo, 30 de agosto de 2009

Devastador, no mínimo. Sentia gosto de sangue na boca, brotando de não sei onde. Escutava sussurros maléficos, de não sei quem. Tentador.. Tentação.. Minha cabeça girava, depois parava. Começava a girar de novo, em outra direção. Tudo se tornava borrões negros. Eu sentia vontade de gritar, tapar os ouvidos para aquelas sujeiras, imundas. Mas eu me contia. Devastador, no nível máximo. Trasformava, as mínimas coisas em futuros. Me inscitava. Me chamava, dizia que um carro em alta velocidade não doeria tanto, eu não teria tempo de sentir. Me instigava, convidava.. Docemente, às vezes altamente rude. Fazia o aço das facas cintilarem, mostrando que seriam apenas alguns minutos de sangramento, nada mais. Fazia com que gravatas se projetassem ao teto, mostrando que eu não teria com escapar, principalmente se eu me arrependesse depois.. Afogar a dor.. Afogar a dor.. O desejo crescia dentro de mim, e minha memória ia se sujando.. Me peguei pensando no talvez. No mínimo, não haveria mais oportunidades assim. Eu estava só. Eu olhava ao redor, borrões. Não haveria nada a perder, haveria? Quem ligaria então?

Corri. Fugi dos pensamentos. Eles me perseguiam. Os borrões ficaram mais escuros, e não tinha mais nada pra que eu me segurasse. Mostrasse que ainda havia realidade.

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