sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Christmas.

Levemente suportável. E novamente, novamente eu apelava pras palavras pra tentar tirar esse sufoco, pedindo, implorando, tentando, fazer com que minha mente infantil se desvie de pensamentos desagradáveis. Dolorosos. Olhei o alto e vi algumas estrelas aparecerem aqui e ali enquanto as nuvens negras se fechavam, realmente formando um cenário de filme de terror. Muito promissor. Os pensamentos começavam a soltar breves risadas enquanto eu xingava baixinho. Frio? AH, NÃO. Pûs as mãos nas orelhas enquanto começava a perceber o frio que já estava ali, que parecia estar se mostrando agora pra me deixar mais... Xingamentos. Frio, e agora sem estrela alguma no céu. Fechei meus olhos enquanto minha mente ia me arrastando pra aquilo... Aquela... Sensação? Eu não queria ser pessimista como sempre. Eu não queria pensar que não era desejado. Mas... Eu era? Chuva. Onde estaria meu vento agora? Talvez fugindo desse meu humor ridículo. Ah, ótimo. Chuva, pisca-piscas, frio e pensamentos pessimistas. Era uma noite bem promissora. Radicalmente promissora. Ridiculamente promissora.

Sorrisos. Aquele repuxar de lábios repetitivo, concerteza eram sorrisos. Sorrisos fartos, cheios de peru e Old Paar. Fechei e abri os punhos, sentindo meu sangue quente latejar. Observei minhas veias pulsando mais forte que o normal. O movimento dos meus dedos.
 

Abraços. Como cães automaticamente adestrados, uns abraçavam os outros, ás vezes até com caras de nojo que me proporcionavam risos. Abraços forçados, caixas cheias de falsidades e Avon. Muito Avon. Levantei com meu papel e caneta em mãos, andando decididamente na direção da chuva que ia enfraquecendo. 


Tinha a esperança que a água me distraísse, "lavasse minha alma" como dizem alguns. Mas... Seria realmente POSSÍVEL que parasse a chuva justamente quando eu precisava dela? É, parecia ser uma (xxx) brincadeira sem graça, onde toda a natureza ria e se divertia, menos eu. Ou eu apenas estava culpando tudo ao meu redor, observando e pragejando como um velho com medo de ser... Abandonado. É, ao menos a noite não estava tão perdida assim. Meus pensamentos pessimistas estavam evoluindo, se transformando em sabonetes de cereja, canetas. Incrivelmente promissor. Uma lágrima caiu dos meus olhos e voltei pra me sentar a roda, rindo de mim mesmo. Alguns encéfalos encharcados de uísque me fitaram, sem me ver.

Eu só queria não pensar.

Jingle Hell's.
 

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