segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Hera.

Tão inocente. Nem cintilava, era uma película fina e astuta, sabia o que deveria fazer e o tornava digno. Capacetes apostados, as idéias eram presas pra que não flutuassem. Nem com o toque, oco. Disformemente aveludada, sorria e circundava com as unhas bem feitas, prateadas. Era uma película, que nem com o amor esforçado, com o calor dobrado, tornava a juntar, apenas com beijos, descendo os todos deslizados pelo arrepiado. Parava, rindo e pedindo pra não morrer. E todos, todos, querida, perdemos o jeito. Mesmo que ela não aceite, precisava que saíssem, voltava a lhe despertar sorrisos com espátulas e lágrimas com linguadas, como arpões, armadas e prontas a derramar cada gota, transparente ou vermelha viva, em busca da dor. Pergunte a mim mesmo: E ela o fez.
"Mas então, porque não se entrega a você?"
"Tenho pensado nisso, e acho uma ótima idéia."

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