Lost. Minha alma. Abraços fortes. Uma confusão trivialmente mórbida, quanta coisa que fiquei sem entender. O trem passou rápido, a folha de caderno foi solta pela janela e a alma das letras se fundiu com o vento, criação nua. Eu não queria mais, minhas lágrimas começaram a cair inchadas por meus olhos cheios. Mórbido, suado. Dou risadas altas agora, observando as nuvens nos céus formarem a letra. Com tanta distorção. Os passos se tornaram apertados, a senhora fechou mais o sobretudo pra tapar suas vergonhas, se proteger da água que parecia a castigar, ou acanlentar com amor, mas coberta por ódio, tirou o telefone celular e o atirou na terra molhada, ali as vozes guardadas soaram e plantaram, as ervas maldosas. Si-lên-cio.
Atento.
Disperto.
Atento.
Sento.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Tente.
A mente crente sente o quente, extremamente doente. Os olhos que já viram tanto, as feridas que jamais irão sarar. Os laços negros da fita cassete se enrolam e costuram o coração, retrato. Memória avaliada, cagada e cuspida se alimenta disto, a cadeia alimentar com novas classificações. Quem olha ri, e os olhos que já viram tanto, ficam abertos como se fossem de um morto vivo, um vivo morto, por aquilo que todos desejam e todos tem, que todos jogam fora e todos vão atrás.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Moderação!
Me trai. Todas as minhas extremidades tremiam, balançavam, rugiam como um leão faminto que vi uma vez no Animal Planet. De qualquer forma, era um caminho familiar, colorido e percorrível. Adjetivamente feito. Brilhava depois de matar, anexado a muita compaixão, amor, e oh, destreza! Superior. Acima, o cheiro calava as veias, tapava suas bocas enquanto o grito mudo das mesmas transmitia ferro, ferro, tudo tão usado, tudo tão carnal... Seja banido agora, transmitidor de idéias! As horas abrirão as portas à tua infâmia, RETIRE-SE! Quem ri e quem chora não tem vez, não tem pressa. A magia em mim, e no silêncio, afoga notas musicais em ácido sulfúrico e olha pelo vidro, suando pelas cavidades, anseando conhecimento, reconhecimento. E na chegada da nostalgia? Superioridade, superioridade, VIDA! E cada pedacinho de cor dessa história, se reata, se mata. Cada gesto estranho vai até a entranha e explora, candidata. Uma lembrança ou duas? Pés ou pés, mãos a mãos, tudo está sendo escrito e absorvido com cuidado. A jovem olha pela janela, que pena, que bela, que cena! O corpo pede, grita, impede, outros aromas vem, mas eu sabia, eu sabia, eu sempre soube. Um médio de morango é pedido, as fadas o mostram com dignidade e maestria, voltam e sentam em cadeiras sujas de ônibus opcionais, e riem! Ótimo cheiro ruim de cheetos invade gordurosamente os sonhos, abrem-se as cores, Tina.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Compromisso classificado.
Mais e mais perto, um pouco mais. Não é qualquer segredo que está sendo dividido aqui. Abra mais seus olhos, não terá dor o suficiente que suplantará isso, então aja apenas como se já soubesse o que passaria. Cairá, cairá, mas nunca vai esperar novamente por tuas forças, você vai ter que ser mais do que tudo que já sempre pensou ser. Mais. Mais. Suas próprias decisões? É algum tipo de piada cult? Você diz que nunca vai mudar, é isso que dirá a eles. Tudo ficará lógico, todo mudará e girará. Mas, sabe, você não precisa acreditar em mim. Ás vezes eles prometem uma cor, e aparece outra diferente, e o que podemos fazer? Olhar o horizonte. É o jogo que todos estão jogando, porque justo você é o coringa santo? Não erga mais esse indicador, ou você verá a ira! Vão se quebrar, quebrar e apontar para o horizonte. E mesmo com todo esse tempo pra socializar, é o que você irá ver, crer.
"I'm going away for a while, I'll be back don't try to follow me."
Who knew.
Eu podia me acostumar com isso. Acordar sem pressa, ir até a sacada e ver o movimento da rua nascer, crescer e morrer. Por meu calção azul e ir até o banheiro tomar uma ducha quente, escovar os dentes e voltar preguiçosamente pelo corredor estranhamente familiar. Desunir as camas, arrumá-las enquanto separava o dinheiro pra ir até a lanchonete tomar um suco, um milkshake ou talvez uma vitamina. Eu estava me acostumando com isso. Eu via a inocência naqueles olhos, a mesma que todos viam. Mas quando as luzes se iam, não era mais o ar do desconhecido, e sim o fogo que ardia. Pelas veias, passeavam dedos e palavras baixas, altas, moderadas. Eu observava fascinado as rugas nas bochechas ao menor sorriso. Eu via tudo o que eu deveria ver, e via mais. Anotava em meus cadernos como a pele era macia, como cada gesto parecia ser divino. Eu via tanto, eu observava, eu catalogava, eu explorava, testava, eu amava, mas amava tanto, tanto, tanto, que esqueci de mim.
Ainda bem que quando lembrei, não era tarde demais.
Ainda bem que quando lembrei, não era tarde demais.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Latidos.
Era tarde. Me espreguicei dentro do maldito móvel apertado. E dai que eu só tinha 8 anos? Minha mãe disse, não éramos mais homens, mulheres, crianças ou adultos: Éramos seres humanos. Venceríamos os aliens desgraçados que invadiram nosso planeta, reflorestaríamos tudo e teríamos felicidade. Ri baixo, ainda tentando me arrumar no espaço apertado. Parecia uma puta brincadeira sem graça. Ri novamente, surpreso por pensar em tantos palavrões, agora que os tinha descoberto. Barulhos lá fora chamaram minha atenção para longe da playboy nos meus dedos doentes.
Eu pûs os olhos na fresta pequena.. E depois, não lembro. Agora, me balanço pra frente e pra trás, me abraçando pra espantar o frio. Tentei abrir os lábios algumas vezes antes de me lembrar que minha língua fora arrancada pelo ex da minha... mãe. Deprimente. Fico pensando, como se estivesse contando a história de merda que eu tive nesse pouco tempo de vida. Capturado, aberração. E agora todos os outros estavam mortos, e apenas a aberração era quem estava viva. Parecia humor negro. Os et's vieram e levaram todo o plutônio, com uma máquina enorme sugaram todo o petróleo que nem havia ainda sido descoberto. Mataram todos os seres humanos comuns e caçaram as aberrações, nos chamaram de irmãos. Minha mãe fugiu comigo, minha linda mãe com seus cabelos loiros cacheados, deitada. O que era aquilo revirando seus restos? Um tipo de tigre preto.
Olhei pra cima, bufando. A poeira do armário apertado caía sobre meus olhos, os deixando mais abertos. Concentrei toda minha energia, no meu poder. Expandi minha mente, caçando tons. Procurei resquícios de vida e as cores familiares das mentes. Achei poucos pontos azuis na cidade, poucos animais. Não havia pontos vermelhos, eu não os enxergava. Os humanos dali afinal não haviam sobrevivido. Uma aberração, e uma pantera. Talvez. O mundo parecia ter um ótimo futuro.
Grunhidos.
A pantera negra com seus olhos cinicamente cansados, passeava cautelosa por onde antes havia sido Chinatown. Um passo, dois passos. Olhos vibrando, testando os sons ao redor, de um lado a outro. Todos os rastros de destruição e explosões, inscitavam o felino a continuar com cautela, os instintos de extinção de si. Em uma das casas, encontrou um almoço destripado ao chão, os intestinos pra fora, olhos azuis e roupas caras. Não importava pra pantera que a cria da fêmea daquela espécia estava escondida, espiando pela frecha de um dos pequenos armários colocados ao chão. A pantera ouviu o coração do pequeno ser bombear, ao contrário da fêmea que estava esparramada e inerte ao chão, mas se conteve e se contentou em por hora se alimentar dos restos da infeliz.
Satisfeita, saiu andando por Chinatown, lambendo os dentes afiados a procura de um lugar pra descansar.
Hera.
Tão inocente. Nem cintilava, era uma película fina e astuta, sabia o que deveria fazer e o tornava digno. Capacetes apostados, as idéias eram presas pra que não flutuassem. Nem com o toque, oco. Disformemente aveludada, sorria e circundava com as unhas bem feitas, prateadas. Era uma película, que nem com o amor esforçado, com o calor dobrado, tornava a juntar, apenas com beijos, descendo os todos deslizados pelo arrepiado. Parava, rindo e pedindo pra não morrer. E todos, todos, querida, perdemos o jeito. Mesmo que ela não aceite, precisava que saíssem, voltava a lhe despertar sorrisos com espátulas e lágrimas com linguadas, como arpões, armadas e prontas a derramar cada gota, transparente ou vermelha viva, em busca da dor. Pergunte a mim mesmo: E ela o fez.
"Mas então, porque não se entrega a você?"
"Tenho pensado nisso, e acho uma ótima idéia."
"Tenho pensado nisso, e acho uma ótima idéia."
sábado, 9 de janeiro de 2010
Círculo de memórias.
Com tanta dor pra sentir, escolheu a dor do outro. Era estranho no começo, como todos são no início. Se tratavam assim e fim. As coisas estavam sem rumo, não tinha mais porque ser. Mas foi. E foi bom.
O sol e a lua começaram a aparecer com frequência pela janela que passava lentamente a cada dia ficar mais aberta. As coisas começavam a ficar comuns, estranhamente comuns. Presença. Palavras. Abraços. Olhares. E assim foram, por algum tempo. E foi bom.
Um dia alguém se sentiu só. Tão só, que nem tardes chuvosas e as coisas supérfluas adoradas pelos mundanos seriam capaz de aniquilar. O ser olhou no olho do outro e deu os ombros: Se fez seu, resolvendo ambos serem sozinhos juntos.
Se surpreenderam: Haviam esquecido. Não lembravam, que em seus peitos estavam presos rebeldes bombeadores de sangue, armados até as falanges. Incontroláveis, caíram no poço. Se apaixonaram.
Não era tão ruim assim afinal. Um brinquedo diferente, que fala, vê e sente. Se acostumaram. A grama da vizinha começou a crescer no verão. A vizinha tinha dreads e tatuagens, fumava 5 carteiras de cigarros por dia. Gostava de Bob Marley.
Andar de mãos dadas agora era tão piegas! Os bolos da padaria endureciam, as polpas de fruta perdiam a validade. Oh. Tudo parecia boring e ao mesmo tempo o mesmo, diferentemente o mesmo. Tudo.
Um dia voltaram do supermercado após comprar chinelos. Um comprou a cor branca, o outro ser humano comprou a preta. Eram opostos, número 1 observou. Sim, metades da laranja, pares de sapato! Ou era como ele pensava.
Número 1 chegava cansado do trabalho, depois de tanto servir milkshakes, sucos e bolos doces e salgados. Havia muitas moscas lá. Número 1 se sentou e viu que o 2 estava fumando cigarros na varanda. Deu de ombros.
Número 2 estava com sono, mas aceitou. Foi.
Número 1 chegou em casa e encontrou. Os pássaros nem cantaram ainda e sua Jenniffer estava na cama com uma mulher cheia de dreads e tatuagem. As duas fumavam juntas um cigarro estranho e sorriam alto, até constatar a presença de Arnaldo, vulgo número 1, que saiu pela porta chorando e dando risadas de desespero.
Com tanta dor pra sentir.
O sol e a lua começaram a aparecer com frequência pela janela que passava lentamente a cada dia ficar mais aberta. As coisas começavam a ficar comuns, estranhamente comuns. Presença. Palavras. Abraços. Olhares. E assim foram, por algum tempo. E foi bom.
Um dia alguém se sentiu só. Tão só, que nem tardes chuvosas e as coisas supérfluas adoradas pelos mundanos seriam capaz de aniquilar. O ser olhou no olho do outro e deu os ombros: Se fez seu, resolvendo ambos serem sozinhos juntos.
Se surpreenderam: Haviam esquecido. Não lembravam, que em seus peitos estavam presos rebeldes bombeadores de sangue, armados até as falanges. Incontroláveis, caíram no poço. Se apaixonaram.
Não era tão ruim assim afinal. Um brinquedo diferente, que fala, vê e sente. Se acostumaram. A grama da vizinha começou a crescer no verão. A vizinha tinha dreads e tatuagens, fumava 5 carteiras de cigarros por dia. Gostava de Bob Marley.
Andar de mãos dadas agora era tão piegas! Os bolos da padaria endureciam, as polpas de fruta perdiam a validade. Oh. Tudo parecia boring e ao mesmo tempo o mesmo, diferentemente o mesmo. Tudo.
Um dia voltaram do supermercado após comprar chinelos. Um comprou a cor branca, o outro ser humano comprou a preta. Eram opostos, número 1 observou. Sim, metades da laranja, pares de sapato! Ou era como ele pensava.
Número 1 chegava cansado do trabalho, depois de tanto servir milkshakes, sucos e bolos doces e salgados. Havia muitas moscas lá. Número 1 se sentou e viu que o 2 estava fumando cigarros na varanda. Deu de ombros.
Número 2 estava com sono, mas aceitou. Foi.
Número 1 chegou em casa e encontrou. Os pássaros nem cantaram ainda e sua Jenniffer estava na cama com uma mulher cheia de dreads e tatuagem. As duas fumavam juntas um cigarro estranho e sorriam alto, até constatar a presença de Arnaldo, vulgo número 1, que saiu pela porta chorando e dando risadas de desespero.
Com tanta dor pra sentir.
Bate calado.
Foram pequenos erros, e também o acúmulo.
Foram as palavras não ditas, que soaram tão frias.
Foram os beijos rápidos.
Sim, o esquecimento e a falta de mais amar.
Foi sempre por a culpa em qualquer coisa: Qualquer lugar.
Foi o fim.
Mas também foram os acertos.
Foram as escolhas boas e todos os sorvetes do mundo.
Tudo o que foi dito, palavras que aqueceram a alma.
O pensamento autruísta, os beijos apaixonados e a lembrança.
Foi sempre satisfazer o outro e ter lembrar de ter confiança.
O maior amor do meu mundo.
Foram as palavras não ditas, que soaram tão frias.
Foram os beijos rápidos.
Sim, o esquecimento e a falta de mais amar.
Foi sempre por a culpa em qualquer coisa: Qualquer lugar.
Foi o fim.
Mas também foram os acertos.
Foram as escolhas boas e todos os sorvetes do mundo.
Tudo o que foi dito, palavras que aqueceram a alma.
O pensamento autruísta, os beijos apaixonados e a lembrança.
Foi sempre satisfazer o outro e ter lembrar de ter confiança.
O maior amor do meu mundo.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
F.F.
Encontrar as palavras certas. Uma frase, que talvez se aproxime do significado. Alguma expressão, que dê as outras pessoas a chance de entender, estimar, caucular, o tamanho desse amor. Talvez seja impossível. Mas isso nem é importante. Aliás, essas palavras não são. O que importa é o que você sabe. Você me entende, dos pés a cabeça, do começo ao fim. Geralmente.
Engraçado o jeito fácil com que você me faz sorrir. Mesmo sem fazer nada pra isso, sem arquitetar. E mesmo no silêncio, você é uma das únicas pessoas com quem compartilho cada detalhe. Mesmo que algumas vezes, as palavras saiam meio tortas. Mesmo que ás vezes ocorra mal entendidos, isso acontece com todo mundo, não é? Sim.
Sempre perto. Você é a única com quem acordo e durmo. Perto de você, eu fico doente, saudável. Com você eu tiro notas boas em redação e sou recompensado, é você que me dá bronca por levar bomba em Física. Vou no quintal e lá brinco com a Bella, e você está conosco. É pra você que eu conto o quanto ela está grande. É pra ti que esqueço de mandar as fotos, contigo que devoro potes de sorvete de baunilha e caixas inteiras de sucrilhos. Você está sempre comigo.
Entre a gente nada é convencional, não é? As palavras não são medidas, falamos um pro outro o que pensamos. Talvez a amizade que eu tenho por ti jamais possa ser comparada a nada blasé. As pessoas passam, sempre vejo elas irem e virem. E mesmo com o tempo, com a intimidade, teus abraços imaginários jamais se tornaram mais apertados do que aquele primeiro. Mesmo que não seja tão real assim. Talvez, você nunca chegue a ser real pra mim, nem de perto. Você sempre será meu anjo meio encapetado, meu presente.
Mas isso tudo é só um post. Eu tenho você comigo sempre, e nada nem ninguém vai mudar isso, ou ao menos é no que eu prefiro acreditar pra continuar a sorrir. No dia que você tiver de crescer e partir, sabe que eu irei junto.
Porque sempre foi assim, você e eu.
Engraçado o jeito fácil com que você me faz sorrir. Mesmo sem fazer nada pra isso, sem arquitetar. E mesmo no silêncio, você é uma das únicas pessoas com quem compartilho cada detalhe. Mesmo que algumas vezes, as palavras saiam meio tortas. Mesmo que ás vezes ocorra mal entendidos, isso acontece com todo mundo, não é? Sim.
Sempre perto. Você é a única com quem acordo e durmo. Perto de você, eu fico doente, saudável. Com você eu tiro notas boas em redação e sou recompensado, é você que me dá bronca por levar bomba em Física. Vou no quintal e lá brinco com a Bella, e você está conosco. É pra você que eu conto o quanto ela está grande. É pra ti que esqueço de mandar as fotos, contigo que devoro potes de sorvete de baunilha e caixas inteiras de sucrilhos. Você está sempre comigo.
Entre a gente nada é convencional, não é? As palavras não são medidas, falamos um pro outro o que pensamos. Talvez a amizade que eu tenho por ti jamais possa ser comparada a nada blasé. As pessoas passam, sempre vejo elas irem e virem. E mesmo com o tempo, com a intimidade, teus abraços imaginários jamais se tornaram mais apertados do que aquele primeiro. Mesmo que não seja tão real assim. Talvez, você nunca chegue a ser real pra mim, nem de perto. Você sempre será meu anjo meio encapetado, meu presente.
Mas isso tudo é só um post. Eu tenho você comigo sempre, e nada nem ninguém vai mudar isso, ou ao menos é no que eu prefiro acreditar pra continuar a sorrir. No dia que você tiver de crescer e partir, sabe que eu irei junto.
Porque sempre foi assim, você e eu.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Christmas.
Levemente suportável. E novamente, novamente eu apelava pras palavras pra tentar tirar esse sufoco, pedindo, implorando, tentando, fazer com que minha mente infantil se desvie de pensamentos desagradáveis. Dolorosos. Olhei o alto e vi algumas estrelas aparecerem aqui e ali enquanto as nuvens negras se fechavam, realmente formando um cenário de filme de terror. Muito promissor. Os pensamentos começavam a soltar breves risadas enquanto eu xingava baixinho. Frio? AH, NÃO. Pûs as mãos nas orelhas enquanto começava a perceber o frio que já estava ali, que parecia estar se mostrando agora pra me deixar mais... Xingamentos. Frio, e agora sem estrela alguma no céu. Fechei meus olhos enquanto minha mente ia me arrastando pra aquilo... Aquela... Sensação? Eu não queria ser pessimista como sempre. Eu não queria pensar que não era desejado. Mas... Eu era? Chuva. Onde estaria meu vento agora? Talvez fugindo desse meu humor ridículo. Ah, ótimo. Chuva, pisca-piscas, frio e pensamentos pessimistas. Era uma noite bem promissora. Radicalmente promissora. Ridiculamente promissora.
Sorrisos. Aquele repuxar de lábios repetitivo, concerteza eram sorrisos. Sorrisos fartos, cheios de peru e Old Paar. Fechei e abri os punhos, sentindo meu sangue quente latejar. Observei minhas veias pulsando mais forte que o normal. O movimento dos meus dedos.
Abraços. Como cães automaticamente adestrados, uns abraçavam os outros, ás vezes até com caras de nojo que me proporcionavam risos. Abraços forçados, caixas cheias de falsidades e Avon. Muito Avon. Levantei com meu papel e caneta em mãos, andando decididamente na direção da chuva que ia enfraquecendo.
Tinha a esperança que a água me distraísse, "lavasse minha alma" como dizem alguns. Mas... Seria realmente POSSÍVEL que parasse a chuva justamente quando eu precisava dela? É, parecia ser uma (xxx) brincadeira sem graça, onde toda a natureza ria e se divertia, menos eu. Ou eu apenas estava culpando tudo ao meu redor, observando e pragejando como um velho com medo de ser... Abandonado. É, ao menos a noite não estava tão perdida assim. Meus pensamentos pessimistas estavam evoluindo, se transformando em sabonetes de cereja, canetas. Incrivelmente promissor. Uma lágrima caiu dos meus olhos e voltei pra me sentar a roda, rindo de mim mesmo. Alguns encéfalos encharcados de uísque me fitaram, sem me ver.
Eu só queria não pensar.
Jingle Hell's.
Sorrisos. Aquele repuxar de lábios repetitivo, concerteza eram sorrisos. Sorrisos fartos, cheios de peru e Old Paar. Fechei e abri os punhos, sentindo meu sangue quente latejar. Observei minhas veias pulsando mais forte que o normal. O movimento dos meus dedos.
Abraços. Como cães automaticamente adestrados, uns abraçavam os outros, ás vezes até com caras de nojo que me proporcionavam risos. Abraços forçados, caixas cheias de falsidades e Avon. Muito Avon. Levantei com meu papel e caneta em mãos, andando decididamente na direção da chuva que ia enfraquecendo.
Tinha a esperança que a água me distraísse, "lavasse minha alma" como dizem alguns. Mas... Seria realmente POSSÍVEL que parasse a chuva justamente quando eu precisava dela? É, parecia ser uma (xxx) brincadeira sem graça, onde toda a natureza ria e se divertia, menos eu. Ou eu apenas estava culpando tudo ao meu redor, observando e pragejando como um velho com medo de ser... Abandonado. É, ao menos a noite não estava tão perdida assim. Meus pensamentos pessimistas estavam evoluindo, se transformando em sabonetes de cereja, canetas. Incrivelmente promissor. Uma lágrima caiu dos meus olhos e voltei pra me sentar a roda, rindo de mim mesmo. Alguns encéfalos encharcados de uísque me fitaram, sem me ver.
Eu só queria não pensar.
Jingle Hell's.
Foi até a sacada e suspirou. "Sortudo." Ele pensou. Tinha ali de sua casa, uma das visões mais belas de todo o planeta. O lago que todo ano endurecia, abrindo espaço para os patinadores tirarem os patins dos armários, estava belo como sempre, refletindo sua casa. Ele olhou pra baixo e viu sua sombra sobre as águas e sorriu.
"Mas esse ano não." Pensou Clark, satisfeito por ter esse ano o lago só para si, como era em sua infância. Parecia um bom presente de Natal, como se os tempos voltassem. Com passos lentos e cuidadosos, ele foi levando sua carcaça de 72 anos até a beira da cama, onde sentou. Sorriu pra fotografia de Anne na cabeceira e logo suspirou. Seria bom ter Anne ali, como nos velhos tempos. Seria bom ter o espantalho Jack vivo na parte de trás da casa, como sempre, imponente, protegendo a plantação de uvas. Seria bom ser jovem, não ter suas articulações reclamando a cada inclinada, abaixada ou até suspiro. Suspirou. Também seria bom se Carmen, a enfermeira, não tivesse esquecido novamente de comprar seus cereais favoritos, aliás, seria ótimo mesmo se ela não tivesse esquecido de fazer as compras do mês. Fazia alguns tempos que Carmen não aparecia.
"E claro, que ela não resolveria aparecer justo no Natal." Clark riu sua risada ruidosa, saindo até se sentar com alguma dificuldade sobre as escadas que tinham a mesma idade que ele, as escadas que mostravam o imenso fundo de sua mansão. Feliz e sem filhos, Clark sorriu do pobre escritor sem nexo sentado embaixo de uma enorme figueira com um computador portátil. Olhou o céu, e satifeito com o sol começando a dar espiadas por cima das maiores árvores ao fundo, e inspirou feliz, aguardando mais um dia começar.
Só me estenda a cura.
Eu não estava gritando minhas nessecidades. Eu só queria saber, como é ser, ter algum previlégio, mesmo com tanto orgulho ao redor. E se tudo começasse a passar aos poucos, eu não podia nem sequer pedir? De repente me sinto um pouco melhor. Me agarro a coisas sem nexo, palavras sem sentindo enquanto a dor se espalha e eu espero que as soluções falhantes não me sigam por todo esse caminho que nós mesmos construímos. Isso existe ou não? Não importa, pois cada batalha, texto e foto, se tornam bem melhores com a luz dentro da garrafa certa. Levantar as mãos pro alto, antes dos fogos, antes de todas as batalhas, e conseguir realizar: Se sentir bem melhor com a luz certa dentro da garrafa.
Eu não estava gritando minhas nessecidades, só pedia por um pouco de amor.
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