"Depois, parecemos dois estranhos..."
Franzi o cenho, sem reconhecer esse seu novo sorriso. Teus dedos tentaram acariciar meu rosto, e foram ásperos. Você me olhou como se tentasse me acalmar, como se me entendesse, mas na aproximação, na faísca, no fogo... Tu me afastou como se não me reconhecesse também. Me encolho em mim. Minha mente, oca. Sobre meus ombros, estão as dúvidas. Sobre meu peito, pesa a responsabilidade.
"O que eu deveria fazer agora, quando o sentido se perde como..."
Dei uns passos pro lado, em minha cabeça eu via cenas de fuga de alguns filmes famosos. Eu sorri sozinho. Senti uma pontada forte no meu peito, quando percebo a forma que você me olha. A imagem de teu rosto em mim tremeu, fazendo meus olhos arderem. Eu não me reconheci no reflexo do teu olhar.
E agora, com as mãos distantes, voltamos a civilização.
Volto a me sentir frio.
Volto a me sentir eu.
Volto a me sentir visto.
Volto a me sentir.
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