segunda-feira, 12 de julho de 2010

Botões de carne e osso.

Eu achava que estava preparado.

De acordo com experiências anteriores (parece até ridículo, hilário e absolutamente desnecessária essa comparação, agora) seria como o golpe de um taco de beisebol nos testículos. "Ou mais doloroso que isso", pensei.

Eu sabia que ia doer.

Só não saberia que doeria como a morte.

Pois doeu. Doeu, e depois doeu mais. Doeu, como se eu morresse mil vezes seguidas. Eu não sabia que eu tentaria morrer pela milésima uma vez quando "passasse". Eu achava que me sentiria bem, melhor, ou até tão incrivelmente bem como nunca cheguei a estar. Pequei nesse ponto.
Eu não sabia que cada segundo de minhas mortes seria como duas eternidades somadas, no inferno, queimando.
Eu não sabia.
Eu idealizava uma dor ridícula entre as minhas pernas, causada por um objeto humano e cheio de peso. Então, eu senti a pontada quente no peito que ultrapassou qualquer mísero conceito de dor que eu já havia registrado em minha breve existência, morrendo finalmente pela milésima segunda vez.

Chorar? Claro que eu iria chorar.
Mas não havia imaginado, de forma alguma que perderia meu já duvidoso "apetite", que sentaria em uma calçada suja ao meio dia pra tentar pensar em outra coisa a não ser chorar e derramaria lágrimas por horas seguidas, sussurrando um nome.

Mas... Quando me dei conta de que seria realmente o fim de tudo, quando a dor parecia não poder crescer mais: Tudo mudou.

Estiquei meus lábios em um sorriso.
Experimentei a nova sensação, em êxtase.
Sorri, bebi, dancei, cantei.
E com a cabeça erguida...
                                                                                                                                   
                                                         ...Eu morri pela milésima terceira vez.

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