segunda-feira, 5 de julho de 2010

I'v got no time for feeling sorry.

Havia mais de 79 caminhos, eu contei.
Tomar minhas próprias decisões parecia arriscado agora. Talvez, nessas jornadas, eu realmente me perdesse e isso definitivamente parecia uma escolha difícil. Entre os 51 caminhos, havia um que se destacava, um que era fácil. Eu me via dando passos leves pra dentro dele, sentindo o cheiro de lavanda das flores na beira da estada de pedras, muito bem feita, por sinal. Era fácil respirar naquele caminho, então decidi chamá-lo de caminho número 1. Parecia um bom nome. Dentro dele, senti gosto de geléia, sorvete, bolachas, lasanha e coca-cola. Me senti acolhido pelo ar dali, era fácil respirar e andar, eu poderia andar kilômetros por ali e me sentir satisfeito, parando pra descansar em uma das grandes pedras que ficavam nas bordas. Eu sabia que aquele caminho era o certo a seguir, era o meu destino, entre todos os 27, ele era o meu. Era fácil, e eu seria feliz durante ele todo. Saber exatamente o que aconteceria, tornou a felicidade que o caminho número 1 podia me oferecer... Fácil demais. Fiquei enjoado e passei a fitar os 17 caminhos, todos eles alinhados, esperando minha decisão.

Tinha uma caverna... meio turva, não conseguia ver direito o que era. Uma grande sombra, porém leve, cor de fumaça, pairava sobre a mesma, impedindo minha visão. Lá de dentro saía um cheiro pesado de ervas e inceso, o que aguçou meus sentidos. Também registrei um perfume muito familiar, como se eu tivesse respirado esse mesmo cheiro por anos, o memorizando, e por alguma razão ele parecia ter um tom diferente, um tom azul. Era tudo muito confuso e minha cabeça começou a girar. Tentei me sentar, mas não consegui, fiquei apenas ali, olhando. E no intervalo de meses, quase um ano, me vi observando aquela caverna, como se esperasse minha vez. No milésimo dia, pensei em ter visto um coelho azul sair correndo dali, mas apenas tive tempo de registrar o cheiro, também azul, ficando mais forte. No milésimo terceiro dia, meus pés se moveram em direção a caverna: Não era minha mente que pensava, não era meus pensamentos que pediam. Era meu corpo, que precisava.

Suspirei aliviado, por não precisar tomar decisões difíceis por algum tempo. Os 5 caminhos que restaram não se moveram, apenas esperaram.

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