domingo, 7 de novembro de 2010

Nem por razão, ou coisa outra qualquer.

Eu guardei alguns planos pra mais tarde.
Sem saber que ficaria tarde demais.
O sol, fugindo, transformou o céu em laranja. E eu sorri.

Não tinha mais nada a se fazer.
Se eu falasse, poderia me contradizer.
E não iríamos querer isso.

Os motivos me embaçavam.
O suficiente pra arrancar minha fé.
O suficiente pra não me manter mais de pé.

E aí, eu me rendi.
Geralmente era preciso mais do que só um abraço pra isso.
Mas dessa vez era diferente.

Apenas saltei e olhei pra cima.
Não era mais laranja, era o puro preto.
O tempo também sabia. E eu sorri.

Não havia mais porque esconder.

"Ninguém parte o meu coração!" Eu gritei.

A terra me acolheu quando caí. Não parecia nem o chão.
Parecia que eu estava aterrisando em um travesseiro de plumas.
Mas eu sabia que era tudo coisa da minha cabeça.
A partir dali, não haveria mais dor.

Não há como partir meu coração.
Ele já foi partido. A muito, muito tempo atrás.

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