quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

E só.

Os dedos estavam suados, mas ela tinha certeza que ele jamais abriria mão dos dedos dela. Não tão cedo.
Eram livres, vivos e castos.
- Tem certeza?
- Sim. - Hesitante, mesmo assim. Disse. Pigarreou e finalmente a olhou, bem nos olhos. Imediatamente se lembrou os "porquês" de seu sim e sorrio aliviado.
O sorriso dele tremeu suas vértebras, vontade de gritar. O sim dele, saiu das entrelinhas e a dominou por completo.
Olharam suas mãos juntas e o mundo inteiro evaporou. Só conseguiam ver um ao outro. E era bom.
O indicador dela se sobrepôs ao dele. As células começaram uma dança estranha, se unindo. Era uma metamorfose de dois. Sentiram o novo corpo ao terminar a fusão. No novo corpo, havia lágrimas pra uma eternidade inteira, e sorrisos também. Tinham a força de um exército, pois estavam juntos. Tinham belos cabelos, belas unhas.
Pisaram na areia com os novos pés, sentindo os dedos afundarem na mesma, bem devagar. A terra os deu boas vindas, seguido de um resmungo manhoso com o peso dos dois. O sol se escondeu encabulado atrás da montanha que sorria. As plantas dançaram ula-ula toda oferecidas, o vento ás fazendo cócegas. Nada mais fazia sentido, nem precisava fazer.

Eram apenas ele e ela. Castos e nus.
O mundo era resto.

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